Minha visita à CASACOR 2025: Cores e raízes
- Marcia Miranda

- 24 de ago.
- 2 min de leitura
Entre memórias, brasilidade e novas tendências, o que vi de mais inspirador na mostra deste ano.

Logo na entrada, no credenciamento, já tivemos uma surpresa: a bilheteria criada por Gleuse Ferreira, arquiteta sergipana e bisneta de Lampião e Maria Bonita. O espaço se chamava “Meu Verde, Meu Sertão” e foi pensado como recepção afetiva: paredes em verde profundo, cerâmicas típicas, livros, objetos de família. Uma forma bonita de mostrar que a mostra deste ano não seria só sobre arquitetura, mas sobre memória e identidade também.

Fui com a Thais, minha sobrinha. E como sempre, nós duas levamos esse tipo de passeio a sério: paramos em cada detalhe, comentamos o que gostamos e o que não gostamos, lembramos referências, trocamos ideias. A CASACOR é muito grande e, pra quem gosta de observar tudo, um dia só é pouco. Acabamos passando por alguns ambientes mais rápido do que gostaríamos — com dor no coração.

Casa Coral – Mauricio Arruda
O espaço que eu mais queria ver era a Casa Coral, do Mauricio Arruda. Ele trabalhou com pigmentos naturais desenvolvidos pela Coral e usou móveis da Lider (como o Sofá Fofo e a Poltrona Atlântica). O resultado foi uma atmosfera acolhedora, com muita brasilidade e, ao mesmo tempo, sofisticação.
As cores não estavam ali apenas para enfeitar paredes — criavam memória, davam sensação de conforto, traziam um certo “abraço” ao ambiente. Saí de lá com a certeza de que é esse tipo de projeto que consegue unir técnica, pesquisa e emoção.
Tendências e inspirações que marcaram
Três pontos se repetiram em vários ambientes e, pra mim, resumem bem o espírito da CASACOR 2025:
Maximalismo sensorial – ambientes cheios de informação visual, mas bem equilibrados. Mistura de cores fortes, texturas, materiais diferentes. É um estilo que acolhe e envolve.
Natureza em destaque – o verde foi tratado como protagonista: jardins internos, tetos verdes, espelhos d’água. Estar no Parque da Água Branca reforçou esse espírito de reconexão.
Design brasileiro valorizado – móveis autorais, artesãos, peças com identidade cultural. O feito no Brasil apareceu com força e mostrou o quanto temos repertório para criar com originalidade.
Esses três eixos fazem todo sentido também para o que a gente faz em festas. O maximalismo vira mesa cheia de detalhes que encantam. A natureza entra em arranjos, texturas e cores vivas. E o design brasileiro aparece no artesanal, no objeto feito à mão, naquilo que conta uma história.
Voltei da CASACOR com a mesma sensação de quando entregamos uma festa que toca as pessoas: não é só sobre decoração. É sobre criar experiências que emocionam, que ficam na memória.
Assim como Gleuse trouxe o sertão para a entrada da mostra, e Mauricio mostrou que cor é também afeto, entendi mais uma vez que semear sonhos é o que move a gente todos os dias — seja num espaço arquitetônico, seja numa festa afetiva.






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